terça-feira, 28 de março de 2023

 GLOBALIZAÇÃO - 9º ANO







REGIONALIZAÇÃO BRASILEIRA - 7º ANO










 

SISTEMA SOLAR

 

SISTEMA SOLAR - 6º ANO





AULA 2 - QUESTÕES DAS PROVAS 9º ANO

 

SUSTENTABILIDADE

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE

Até os anos 1970, não havia uma consciência global dos impactos que as sociedades estavam causando ao meio ambiente. Foi a partir das últimas décadas do século XX que os problemas ambientais ganharam maior visibilidade.

A população mundial passou a discutir a degradação dos ambientes naturais provocada pelo desenvolvimento social e econômico e o fato de os recursos naturais serem finitos.

Tornou-se necessário a conscientização da sociedade urbano-industrial para a prática do consumo racional, visando à sustentabilidade do planeta.

A consciência ecológica fez com que as pessoas passassem a questionar a capacidade das sociedades de manter as condições de manutenção da vida humana na Terra e promover a ideia desenvolvimento sustentável. Atualmente, as organizações não governamentais são importantes agentes sociais que atuam em prol das questões ambientais.

    

AQUECIMENTO GLOBAL

O Aquecimento Global, a elevação da temperatura média do planeta, é um das grandes preocupações ambientais do século XXI. Muitos cientistas relacionam a intensificação do efeito estufa, ao crescimento da emissão dos gases poluentes, como gás carbônico (CO2) e o gás metano (CH4), entre outros na atmosfera.

Assim, o aquecimento global seria consequência das atividades humanas, especialmente após a Revolução Industrial, quando se ampliou o uso de combustíveis fosseis (petróleo, carvão mineral).

Segundo especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura da Terra aumentou cerca de 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais. O aquecimento global provoca o aumento no nível dos oceanos, colocando em risco as cidades litorâneas.

AS REGIÕES POLARES E A QUESTÃO AMBIENTAL

As regiões lares compreendem o Ártico e a Antártida. O Ártico localiza-se no polo Norte, e a Antártida, no polo Sul. As temperaturas são extremamente baixas durante todo o ano nessas regiões, devido a inclinação da Terra. Noites ininterruptas de seis meses, no verão, o Sol nunca se põe. A vegetação é praticamente inexistente, com exceção da TUNDRA mais ao sul.

Nas áreas mais frias, as águas do oceano Glacial Ártico e do oceano Glacial Antártico são congeladas, formando camadas de vários metros de espessura, chamadas BANQUISAS polares. Enormes blocos de gelo se soltam e flutuam pelo oceano, dando origem aos ICEBERGS.

Devido a essas condições ambientais, as regiões polares ocupam o centro das preocupações ambientais, ligadas ao debate sobre o aquecimento global. Com a possível elevação da temperatura da Terra, haveria o derretimento das geleiras polares, causando a elevação nos níveis dos oceanos.

Outra questão importante é a preservação de espécies animais ameaçadas pela caça, como as focas, cuja pele é valiosa, ou os ursos, caçados nas regiões mais habitadas.

As principais atividades econômicas dos povos que vivem no Ártico são a caça e a pesca. No entanto, o degelo ocorrido nas últimas décadas tem provocado alterações no ecossistema local e dificultado a prática das atividades tradicionais. Por isso os INUÍTES, passaram a se dedicar a exploração mineral e extração de madeira.

CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS E TRATADOS AMBIENTAIS

Desde que a degradação ambiental ganhou visibilidade e a comunidade internacional percebeu a necessidade de preservar a natureza para as gerações futuras, diversas conferências mundiais foram organizadas para discutir os desafios ambientais e propor alternativas que conciliem as necessidades de desenvolvimento com a sustentabilidade.

A primeira grande conferência da ONU, na Suécia em 1972. CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO, trataram de temas como a poluição atmosférica e a chuva ácida.

Em 1992, ocorreu no RIO DE JANEIRO a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Conhecida como a ECO-92, teve a presença de governantes de 172 países e várias entidades ambientalistas, estabeleceram metas de desenvolvimento sustentável.

Em 2015, realizou-se em Paris a COP-21, 21ª conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

A COP-25, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, 02 de dezembro 2019 em Madri na Espanha, níveis de gases do efeito estufa na atmosfera alcançaram uma nova alta recorde, temperaturas globais podem subir de 3,4 a 3,9°C ainda nesse século.

                                                                                         

ATIVIDADE 01

1-     O que é consciência ecológica?

2-     O que provoca a degradação dos ambientes naturais?

3-     O que a consciência ecológica fez com as pessoas?

4-     Explique o que é o aquecimento global.

5-     Qual a principal causa do aquecimento global?

6-     Qual a principal preocupação ambiental com as regiões polares?

7-     Qual foi a primeira grande conferência da ONU para problemas ambientais?

EUROPA: ASPECTOS GERAIS

O CONTINENTE EUROPEU

A Europa faz parte de uma extensa faixa contínua de terra que compõe um grande bloco continental com a Ásia: a Eurásia. Os continentes Europeus e Asiático, são considerados distintos por motivos HISTÓRICO-CULTURAIS, até hoje, a delimitação entre eles é imprecisa (limite natural/limite cultural).

Os montes Urais, o rio Ural, o mar Cáspio, as montanhas do Cáucaso e o Mar Negro são considerados os limites naturais da Europa e da Ásia. Desse modo, Turquia e Rússia apresentam territórios na Europa e na Ásia (países transcontinentais).

Países como Armênia, Azerbaijão, Chipre e Geórgia podem pertencer tanto a Europa como à Ásia, conforme o critério adotado. Pelo critério físico não pertencem a Europa, mas têm proximidade cultural.

O continente europeu é banhado principalmente pelo Oceano Atlântico a oeste e pelo Mar Mediterrâneo ao sul. (muitas penínsulas, ilhas, cabos e estreitos, mares internos, golfos e canais).

RELEVO EUROPEU

Podemos encontrar planícies, os baixos planaltos, e as cadeias de montanhosas. As estruturas geológicas formadas por dobramentos modernos (recentes) e maciços antigos (primeiros blocos da Terra).

Ao longo da história, as planícies europeias foram intensamente ocupadas, sobretudo as localizadas próximas aos rios, com solo de grade fertilidade natural, favoráveis a agricultura e formação de cidades. Atualmente as planícies são ocupadas pela agricultura mecanizada, que ocorre por toda a faixa central.

As cadeias montanhosas concentram-se ao sul da Europa. As principais são os Alpes, os Pirineus, os Cárpatos, os Apeninos e o Cáucaso, formados por dobramento modernos(recentes).

No norte encontramos os Alpes escandinavos, na Noruega e na Suécia, e os Montes Urais na Rússia, constituídos por maciços antigos (formação da Terra).

CLIMAS DA EUROPA

No continente europeu, as características do clima são muito marcantes. A localização de seu território é em ZONA TEMPERADA e sofre influência das correntes marítimas, além do relevo central muito plano e áreas montanhosas ao norte e ao sul, são fatores formadores do clima. O mapa abaixo não está em português mas pode ser entendido.

CLIMA FRIO

O clima frio ocorre em áreas de latitude mais elevada a mais afastadas do litoral Atlântico. Caracterizado por invernos longos e predomínio de baixas temperaturas, além de verões curtos com temperaturas mais amenas.

O clima frio de montanha ocorre nos Alpes, Montes Urais, Cárpatos, Bálcãs e Alpes Escandinavos. São as áreas menos povoadas do continente.

CLIMA TEMPERADO

No clima temperado, as estações do ano são bem definidas. De modo geral, o verão é quente e úmido; no outono, as folhas das árvores caducifólias perdem as folhas. No inverno há precipitação de neve em toda região e na primavera as árvores florescem. São áreas menos influenciadas pelas as massas de ar oceânico.

As áreas de clima temperado próximas ao oceano são influenciadas pelas águas aquecidas da corrente do Golfo do México, invernos pouco rigorosos e verões amenos e umidade elevada. Devido à ação da corrente do golfo, o litoral da Noruega e sul da Suécia, apresenta clima temperado e não polar.

CLIMA MEDITERRÂNEO

Na porção sul do continente europeu ocorre o clima mediterrâneo, que se caracteriza por verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos.

CLIMA POLAR

Esse clima está presente em regiões de altas latitudes, como na Islândia e ao norte da Noruega, da Suécia, da Finlândia e da Rússia. Caracteriza-se por verões curtos e os invernos se prolongam pela maior parte do ano, com baixas temperaturas e ocorrência de neve.

 

 FORMAÇÕES VEGETAIS

As principais formações vegetais encontradas no continente europeu são as florestas temperadas, as pradarias e as estepes temperadas, as florestas mediterrâneas, a taiga e a tundra.

 

OS GRANDES RIOS EUROPEUS

O relevo e o clima europeus favorecem a existência de muitos rios caudalosos e navegáveis. Embora a maioria desses rios não sejam muito extensos, esse recurso constitui um fator geográfico fundamental para o abastecimento e o desenvolvimento econômico.

Desde a antiguidade, grandes cidades do continente europeu se desenvolveram às margens de rios, que proporcionaram a fertilidade da terra, e serviam de comunicação entre mares e oceanos.

Ao longo do tempo, como forma de melhorar o aproveitamento econômico dos rios, foram feitas diversas obras de interligação para ampliar aproveitamento dos trechos navegáveis.

Muitos rios servem de fronteira natural entre os países e integram territórios e o escoamento da produção. Os principais rios são o Danúbio, ele corta praticamente todo o continente europeu no sentido oeste-leste, passando por importantes cidades. Outro rio importante, e o Reno pela localização privilegiada e por ser navegável. O Reno é uma importante ligação fluvial.

 

 

ATIVIDADE 02

1)    Como se caracteriza o continente europeu?

2)    Por que os continentes europeu e asiático são considerados distintos?

3)    O que são os países transcontinentais? Explique.

4)    Quais as principais formas de relevo do continente europeu?

5)    Quais as características do clima europeu?

6)    O clima frio ocorre em quais áreas da Europa?

7)    Como se caracteriza, de modo geral, o clima mediterrâneo?

8)    Quais as principais formações vegetais encontradas na Europa?

EUROPA: ASPECTOS GERAIS

A EUROPA CONTEMPORÂNEA

FORMAÇÃO TERRITORIAL DA EUROPA

1A Europa é formada por muitos povos e culturas diferentes. Ao longo da história, as grandes ondas de migração, as conquistas territoriais e a fusão dessas culturas foram fundamentais para a formação de grande diversidade cultural europeia.

A primeira grande política na Europa se deu com o IMPÉRIO ROMANO, que teve sua maior extensão no século II, ocupando não apenas regiões europeias, mas também o norte da África e parte do Oriente Médio.

Durante a Idade Média, povos asiáticos, como os Mongóis, invadiram a Europa. A partir do século VIII, os muçulmanos conquistaram a península Ibérica, trazendo parte da cultura árabe e do Norte da África para esse continente. No século XV, foram os turcos otomanos que tornaram o Império Bizantino e conquistaram boa parte do sudeste europeu. Ao final desse século, o mapa do continente começou a ser redesenhado com o surgimento dos primeiros Estados nacionais, chefiados por monarcas absolutistas, a exemplo dos portugueses, espanhóis e franceses.

Nos séculos seguintes, o crescimento do nacionalismo e o colonialismo levou a disputas territoriais que acirraram as tensões internacionais e conduziram o continente a uma guerra no início do século XX: A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.

 

A Primeira Guerra Mundial reconfigurou as fronteiras europeias: os impérios Russo, Alemão, Austro-Húngaro e otomano, por exemplo, foram destruídos. Nesse contexto, muitos países se tornaram independentes e outros conquistaram territórios.

A Revolução Russa, que enfraqueceu o regime monárquico russo e conduziu os bolcheviques ao poder, originou a UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS (URSS) EM 1922.

O expansionismo alemão, que gerou agressivas anexações territoriais de países vizinhos, e as rivalidades político-econômicas conduziram a Europa à SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, que redesenhou novamente o mapa político desse continente, destruindo grande parte do território dos países europeus. Esse conflitos é sucedido pela GUERRA FRIA, momento de polarização ideológica e econômica entre os países.

Depois da Segunda Guerra Mundial, também ocorreu o processo de descolonização da África, Ásia e do Caribe, colocando fim à dominação política e econômica da Europa sobre o restante do mundo, além de provocar alterações territoriais ligadas à lógica da geopolítica de polarização do consumismo e do capitalismo, sob a liderança da URSS e dos Estados Unidos, respectivamente.

A Alemanha viu seu território ser dividido entre as duas potências, originando a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental. Por volta de 1948, as repúblicas bálticas, a Polônia, a Hungria, a Tchecoslováquia, a Romênia, a Bulgária, a Iugoslávia e a Albânia se tornou países comunistas, sob o domínio político e econômico da URSS.

Com o fim da Guerra Fria, na década de 1990, a URSS se fragmentou em 15 repúblicas. Na Europa, as repúblicas bálticas foram as primeiras a retomar a soberania de seus antigos territórios. Além delas, Belarus, Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão tornaram-se repúblicas independentes.

A Tchecoslováquia desmembrou-se em República Tcheca e República da Eslováquia. A Iugoslávia fragmentou-se em Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro e Sérvia. O Kosovo declarou independência em 2008, não reconhecido.

Na Europa Ocidental, após a queda do muro de Berlim. O processo da reunificação do país gerou desafios para equilibrar o desenvolvimento socioeconômico e as condições da vinda da população em cada porção do território alemão.

O LESTE E O OESTE EUROPEU

Em sua fase final, o Império Romano foi dividido em dois: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente (Império Bizantino). 2Essa divisão foi importante para que a formação social do Leste e do Oeste europeu tivesse caraterísticas bastante diferenciadas.

Após a Segunda Guerra Mundial, as diferenças entre o Leste e o Oeste se acentuaram ainda mais, pois alguns países do Leste Europeu passaram a fazer parte do bloco socialista.

2-a Com o fim da Guerra Fria, os países do Leste Europeu enfrentaram grave crise econômica, devido principalmente pela transição de uma economia socialista para uma economia de mercado. Além disso, fragmentação política, desemprego, migrações, aumento da pobreza. A Rússia é o único país do Leste Europeu com economia mais forte e influente na região.

 A FORMAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA

3Muitos países da Europa estavam devastados após a Segunda Guerra Mundial. Faltava mão de obra e a economia estava praticamente paralisada no continente. Assim, o estabelecimento de acordos e a formação de blocos econômicos e políticos foram uma maneira de contornar os problemas decorrentes da guerra.

Em 1951, a França, a Alemanha Ocidental e a Itália juntaram-se ao BENELUX, união aduaneira entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo que entrou em vigor em 1948, e formaram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca). Essa organização deu origem à Comunidade Econômica Europeia (CEE), criada em 1957, com a assinatura do Tratado de Roma.

4A possibilidade real da formação de um mercado único entre os países da Comunidade Econômica Europeia ocorreu nos anos 1990, com o fim do bloco socialista. Em 1992, foi assinado o Tratado de Maastricht, que deu início à União Europeia, tendo por base a livre circulação de pessoas, de serviços, de mercadorias e de capitais.

A ZONA DO EURO

5Com o objetivo de facilitar e de fortalecer os negócios e a circulação de capitais e de mercadorias entre os países-membros da União Europeia, foi proposta a adoção de uma moeda comum, o EURO, que entrou em vigor em 2002. No entanto, alguns países do bloco, como a Dinamarca e o Reino Unido, recusaram essa proposta, mantendo a moeda local.

AS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS DA UNIÃO EUROPEIA

Uma das principais características da União Europeia é a combinação de processos políticos e econômicos.

4-aA União Europeia é dirigida pelo Conselho Europeu. O Órgão legislativo da União Europeia é o Parlamento Europeu, outra importante instituição do bloco.

Há ainda o Conselho da União Europeia, composto por ministros de Estado dos países-membros.

O Banco Central Europeu tem a função de manter a estabilidade de preços e do sistema financeiro da União Europeia, além de ser responsável pela emissão de euros.

Em 1985, em Luxemburgo, foi criado o Espaço SCHENGEN com o objetivo de promover a segurança e a livre circulação, tanto de cidadãos europeus como de pessoas de outros países.

OS PROBLEMAS ATUAIS DA UNIÃO EUROPEIA

7Nos últimos anos, a unidade política da União Europeia tem sido ameaçada por muitas dificuldades que se agravaram após a CRISE FINANCEIRA iniciada em 2008.

Ao atingir os países europeus, a crise criou uma série de dificuldades para a adoção de medidas conjuntas entre os países-membros.

6O desemprego, a instabilidade econômica e os cortes em gastos públicos tornaram a situação ainda pior para os países mais atingidos pela crise.

Nesse cenário, outros fatores contribuíram para o descrédito de parte da população com a União Europeia (ataques terroristas, crise migratória, refugiados, intolerância contra os imigrantes, saída do Reino Unido)

ATIVIDADE 03

1.     Qual a importância dos grandes fluxos migratórios ocorridos ao longo do tempo para a formação territorial e a diversidade cultural da Europa?

2.     Que fatores explicam as diferenças na formação social e econômica entre os países do Leste e os do Oeste Europeu?

3.     O que levou os países europeus a estabelecer os acordos e os blocos econômicos que deram origem à União Europeia?

4.     Explique o que é a união Europeia e cite suas principais instituições políticas.

5.     O que é ZONA DO EURO? Todos os países que fazem parte da União Europeia também utilizam o Euro como moeda?

6.     Que fatores estão relacionados ao recente aumento do sentimento de descrédito de parte da população com a União Europeia?

7.     De que modo esses fatores ameaçam a integridade desse bloco?

POPULAÇÃO E URBANIZAÇÃO DA EUROPA

A POPULAÇÃO EUROPEIA

Segunda a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017, a Europa apresentava cerca de 740 milhões de habitantes. A população europeia encontra-se distribuída de forma desigual pelo continente; Há áreas densamente povoadas e áreas com baixa densidade demográfica.

1O envelhecimento da população é uma forte tendência demográfica dos países europeus e está associado ao baixo crescimento vegetativo e à alta expectativa de vida. Essa é uma situação demográfica desafiadora para esses países, pois o desequilíbrio entre o contingente de população jovem e o de população idosa pode levar a sérios problemas nas contas públicas que impactam a manutenção dos direitos de aposentadoria e o bem-estar social dos mais velhos.

Vários países europeus apresentam taxas de natalidade bem inferiores às de mortalidade. Para evitar a diminuição da população, alguns deles adotam políticas de incentivo à natalidade. Os imigrantes também contribuem para a reposição populacional. Por outro lado, há países, principalmente os do Leste Europeu, que, além do crescimento vegetativo negativo, ainda perdem população com a emigração de seus habitantes.

TRABALHO E CONDIÇÕES DE VIDA NA EUROPA

2Os países da Europa Ocidental apresentam ALTA qualidade de vida, o que está relacionado a bons indicadores sociais, como baixos índices de mortalidade infantil e ALTA expectativa de vida. Os países do Leste Europeu, no entanto, de modo geral, apresentam indicadores sociais INFERIORES aos dos países da Europa Ocidental. O continente europeu também apresenta ALTA taxa de urbanização e a maioria da População Economicamente Ativa (PEA)está empregada tanto no setor industrial quanto no setor de comércio e serviços. Há grande diferenças entre os países europeus quanto à distribuição da PEA nos setores da economia: alguns apresenta mais de 80% da PEA trabalhando no setor terciário, e outros, menos de 45%.

As condições de trabalho no continente europeu estão entre as melhores do mundo. No entanto, há diferenças significantes entre os países da Europa Ocidental, que oferecem salários mais elevados e garantem direitos sociais aos cidadãos, e os da Europa Oriental, em que as condições de trabalho são piores e o nível de industrialização é menor.

Como vimos anteriormente, a globalização propiciou a saída de muitas indústrias da Europa para países com mão de obra mais barata. No entanto, os principais centros de decisão e de pesquisa e desenvolvimento tecnológico das empresas multinacionais ainda estão localizados na Europa.

DIVERSIDADE LINGUÍSTICAS E RELIGIOSA

3A grande diversidade cultural europeia se reflete na multiplicidade linguística e religiosa. Na formação linguística europeia, destacam-se três grandes grupos: o GERMÂNICO (o qual pertencem os idiomas alemão, inglês, sueco, holandês, dinamarquês, ...); LATINO: (italiano, francês, português, espanhol, romeno, ...) e o eslavo (russo, esloveno, croata, polonês, tcheco, sérvio, ...). Além desses, com menor representatividade: (celta, o báltico e o grego).

No que se refere a religião, atualmente, destacam-se no continente europeu o CATOLICISMO, muito presente na parte Oeste, o CRISTIANISMO ORTODOXO, herdado em grande parte do Império Bizantino, na parte Leste do continente, PROTESTANTISMO e o ISLAMISMO. Outras religiões estão presentes em menor escala, como o budismo e o judaísmo.

AS MIGRAÇÕES NA EUROPA

4A Europa apresentou intensos FLUXOS MIGRATÓRIOS internos e externos ao longo do último século. Conflitos étnicos, perseguições políticas ou religiosas e busca por melhores condições de vida intensificaram esses deslocamentos populacionais. Após a Segunda Guerra Mundial, as migrações ocorreram em virtude da reconstrução do continente, que encontrava-se devastado pelo conflito. Grande parte dos imigrantes se originava de ex-colônias europeias, em especial as da Ásia e da África.

5A partir de 1990, o fim do bloco socialista levou grande número de trabalhadores do Leste Europeu a se deslocar para os países da Europa Ocidental em busca de emprego, de salários mais altos e de melhores condições de vida.

Nas últimas décadas, a Europa continua recebendo grande quantidade de imigrantes de várias partes do mundo.

Atualmente, houve grande aumento no número de refugiados que chegam aos países europeus, vindos principalmente de zonas de conflito, como Síria, Iraque e Afeganistão.

O grande fluxo de imigrantes e refugiados tem sido motivo de preocupação para os países europeus. Muitos deles criaram POLÍTICAS DE RESTRIÇÕES à entrada de imigrantes e têm adotado medidas para conter esse fluxo, como maior controle de entrada e saídas nas fronteiras externas, criação de muros nas áreas fronteiriças e estabelecimento de cotas para refugiados.

MOVIMENTOS SEPARATISTAS NA EUROPA

6Em várias partes da Europa podem ser encontrados movimentos que buscam a independência de suas respectivas regiões, como é o caso de FLANDRES, na Bélgica, e do Norte da Itália, das repúblicas do Cáucaso, da Escócia, no Reino Unido, e das regiões da Catalunha e do País Basco, na Espanha.

Esses movimentos geram conflitos e tensões regionais no continente e resultam da diversidade étnica e das identidades culturais da Europa.

ATIVIDADE 04

1-     Qual a forte tendência demográfica dos países europeus e porquê?

2-     O que está relacionado a alta qualidade de vida na Europa Ocidental?

3-     O que ocorre devido à grande diversidade cultural da Europa?

4-     Por que a Europa apresenta intensos fluxos migratórios ao longo do último século?

5-     O que o fim do bloco socialista causou no fluxo migratório Europeu?

6-     O que são os movimentos separatistas?

INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO DA EUROPA

1O processo de urbanização da Europa Ocidental é mais antigo que o da Europa Oriental, principalmente nos países pioneiros da Revolução Industrial: Inglaterra, França e Alemanha. Nos países da Europa Oriental, a aceleração da urbanização ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, e ainda hoje eles são menos urbanizados que os da Europa Ocidental.

2A urbanização europeia se intensificou no século XIX, com a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL e o surgimento de grandes cidades industriais, com elevado número de trabalhadores. Os processos de industrialização e de urbanização passaram, então, a caminhar juntos.

3No início do século XX, a ampliação da rede de transportes, principalmente as ferrovias, e as inovações como a energia elétrica, o fornecimento da água e a coleta de esgoto melhoraram as condições de vida nas cidades, atraindo mais pessoas vindas do campo. O intenso êxodo rural proporcionou elevado crescimento da população urbana.

Na segunda metade do século XX, principalmente entre os anos 1960 e 1970, o desenvolvimento das redes de comunicação e transporte, o avanço tecnológico e a automatização da produção diminuíram a necessidade de mão de obra industrial, ocasionando o enfraquecimento de vários centros industriais europeus. Assim, grande parte da atividade industrial foi substituída por atividades de prestação de serviços, fazendo surgir novos empregos nesse setor.

AS GRANDES CIDADES EUROPEIAS

O processo de industrialização europeu facilitou o surgimento das primeiras METRÓPOLES MUNDIAIS, ou seja, cidades que apresentam forte concentração de atividades e exercem influência, principalmente econômica, sobre várias outras cidades. Londres, Paris, Moscou, Frankfurt são exemplos de metrópoles europeias. Muitas delas concentram os escritórios das principais empresas ou a sede de grandes bancos, além de bolsas de valores e os principais ramos do setor de serviços, passando a ser chamadas de CIDADES GLOBAIS.

Diferente de outros continentes, a Europa apresenta poucas MEGACIDADES, ou seja, cidades com mais de 10 milhões de habitantes. Em 2016, apenas Moscou, Paris e Londres eram assim consideradas. As outra grandes cidades se localizam, principalmente, na Europa Ocidental, com destaque para Madrid, Berlim e Roma.

A ESPECIALIZAÇÃO URBANA

4Algumas cidades se especializaram na prestação de serviços ou no desenvolvimento de certas atividades industriais. Muitas vezes, a especialização urbana passa por transformações significativas. Uma cidade industrial, por exemplo, pode transformar-se em uma cidade tecnológica ou turística. Às vezes, um centro político torna-se em centro financeiro. Assim, é necessário considerar o processo de transformação das sociedades para entender a especialização das cidades.

As cidades que concentram empresas de ALTA TECNOLOGIA integradas a universidades e centros tecnológicos são conhecidas como TECNOPOLOS. Na Europa, são exemplos de tecnopolos as cidades de Estocolmo, Paris, Londres, Milão e Munique.

A Europa também concentra grande número de cidades turísticas. São exemplos delas os centros religiosos, como o Vaticano, as cidades litorâneas do Mediterrâneo, cm destaque para a Grécia, e as várias cidades com arquitetura medieval, como Praga e Budapeste.


O incremento do turismo proporciona a melhoria da infraestrutura urbana, com o aumento do números de hotéis, de aeroportos e de restaurantes, entre outras atividades especializadas do setor de serviços.

INFRAESTRUTURA URBANA

Na Europa, destaca-se na infraestrutura urbana a AMPLA rede de transportes, encontrada principalmente na região ocidental. As ferrovias desempenham o importante papel de interligar o continente. O transporte aéreo também é relevante, proporcionando interligação rápida e barata entre as principais cidades da Europa. As redes de metrô são amplas nas cidades europeias e, em conjunto com bondes e ônibus, possibilitam o uso mais intenso do transporte público, como é o caso de Budapeste (Hungria) e Bratislava (Eslováquia), onde cerca de 70% da população utiliza esse tipo de transporte para ir ao trabalho.

Os equipamentos de LAZER e os equipamentos CULTURAIS são comuns nos países da Europa. A existência de vários museus, cinemas e bibliotecas permite que grande parte da população tenha acesso à cultura.

PROBLEMAS URBANOS

Assim como em outras partes do mundo, na Europa, há vários problemas urbanos nas grandes cidades. A segregação espacial é um deles. Com a urbanização mais intensa, as áreas centrais passaram a ser muito valorizadas, ficando, portanto, menos acessíveis às pessoas de renda mais baixa, que tiveram de ir morar em subúrbios. A periferia de algumas cidades europeias apresenta grande concentração de imigrantes e, de modo geral, oferece menos equipamentos urbanos e infraestrutura precária.

A especulação imobiliária é outro grande problema urbano das cidades europeias. A valorização cada vez maior dos poucos terrenos existentes, impede, em muitos casos, o acesso da população à moradia.

Além desses problemas urbanos, merece destaque o congestionamento de automóveis nas grandes ruas e avenidas, apesar de o continente europeu ser um dos mais avançados em mobilidade urbana. A isso se some a emissão de poluentes pelos veículos, aumentando a poluição atmosférica.                                                   

ATIVIDADE 05

1.     Por que o processo de urbanização da Europa Ocidental é mais antigo?

2.     Por que a urbanização europeia se intensificou no século XIX?

3.     O que fez com que as condições de vida nas cidades europeias melhorasse?

4.     O que é a especialização urbana?

AULAS 2 - QUESTÕES DAS PROVAS - 7º ANO

 

BRASIL – FRAGILIDADE AMBIENTAL

Como vimos, a potencialidade do território do Brasil atrai interesses de exploração econômica de recursos como minério e madeira. A dificuldade de proteger e fiscalizar o vasto território brasileiro, no entanto, favorece a exploração predatória, que vem causando grandes prejuízos ambientais, como o desmatamento, as queimadas, a caça e a pesca ilegais e a poluição da d hidrográfica.

Esses problemas alteram a dinâmica da natureza e podem prejudicar o desenvolvimento socioeconômico de comunidades próximas ás áreas exploradas. Para evita-los, necessário que o poder público e a sociedade preservem e fiscalizem as áreas remanescentes do patrimônio natural brasileiro.

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL 

No Brasil, discussões e iniciativas consistentes sobre a preservação do meio ambiente foram realizadas somente a partir da década de 1930.

Em 1934, foi promulgado o Código Florestal, que efetivou no país o estabelecimento de áreas protegidas. Posteriormente, em 1965 e em 2012, esse código foi alterado. Na primeira alteração, em 1965, o avanço mais significativo foi a criação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), com o objetivo de proteger e preservar o solo, os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, a fauna e a flora e de assegurar o bem-estar das populações humanas.

Outro avanço importante foi a instituição, em 1981, da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/81), que, entre outros objetivos, visava conciliar o desenvolvimento econômico e social com a preservação do meio ambiente, definir áreas prioritárias de ação governamental e estabelecer critérios de padrões de qualidade ambiental e manejo dos recursos ambientais.

A avaliação de impactos ambientais causados por diferentes atividades com potencial de degradar o meio ambiente foi um dos instrumentos criados por essa legislação.

 Atualmente, a legislação ambiental brasileira é rigorosa e prevê sérias punições para os que cometem crimes ambientais no país. Apesar disso, a falta de fiscalização dificulta a aplicação dessas leis, principalmente em áreas de difícil acesso, como trechos de vegetação densa na floresta Amazônica.

O SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC)

As políticas para áreas protegidas no Brasil avançaram com a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), pela Lei 9985/2000). Essa legislação estabeleceu as categorias das Unidades de Conservação (UCs) e determinou os processos de criação e de administração dessas unidades.

O Snuc (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) possibilitou a integração da gestão das UCs (Unidades de Conservação) brasileiras e a participação da sociedade civil, ao determinar a obrigatoriedade da formação de conselhos gestores.

As Unidades de Conservação são áreas delimitadas que apresentam regime especial de administração. A criação dessas áreas visa à proteção do meio ambiente, à manutenção da biodiversidade, dos recursos hídricos, do solo, do relevo, das paisagens de grande beleza cênica e do patrimônio arqueológico e cultural e à subsistência de populações tradicionais. Além de proteger os recursos genéticos nacionais e espécies animais e vegetais ameaçadas, as UCs possibilitam a restauração de ecossistemas degradados, promovendo o uso sustentável e o manejo correto dos recursos naturais.

As UCs podem ser instituídas tanto em áreas públicas (federal, estadual e municipal) como em áreas particulares e são divididas em dois grupos principais:  unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável.

·       UCs de proteção integral: são aquelas que visam à preservação da natureza e permite apenas o uso indireto dos recursos naturais e de atividades de pesquisa cientifica. Nesse grupo, estão categorias como: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre.

·       UCs de uso sustentável: são áreas protegidas que objetivam compatibilizar a conservação da natureza com o uso dos recursos de acordo com práticas sustentáveis de manejo. Essas unidades se dividem em: Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), Floresta Nacional, Reserva extrativista (Resex), Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

ATIVIDADE 01

1-    Em relação às divisões entre território, responda às questões a seguir.

a)    Qual é a diferença entre fronteiras, divisa e limite?PAÍSES, ESTADOS E MUNICÍPIOS

b)    Quais critérios podem ser utilizados para a definição dessas divisões?NATURAIS/ARTIFICIAIS

2-    O Brasil é um país reconhecido por suas belezas e riquezas naturais, que são exploradas economicamente.

a)    Cite atividades econômicas que se baseiam na exploração desses recursos. MADEIRA/OURO

b)    Quais dessas atividades podem contribuir para a conservação ambiental? E quais podem causar prejuízos? AMBAS PODEM CAUSAR PRELUIZOS AO AMBIENTE

3-    Leia o texto abaixo para responder às questões.

a)Tomar conta das fronteiras brasileiras é uma tarefa dificílima. A faixa de 17 mil quilômetros de extensão terrestre envolve quase 600 municípios e dez (territórios) vizinhos. O fluxo estimado de b)contrabando e pirataria está na casa de R$ 100 milhões, uma conta na qual nem sequer entram o tráfico de drogas e de armas de fogo (...) numa área de mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, estabelecer comando e controle demandaria algo análogo a uma enorme operação de guerra. (Matias Spector. Drama de Fronteira. Folha de São Paulo, 14 jul 2016)

a)    Por que, segundo o texto, o controle das fronteiras brasileiras é uma tarefa difícil?

b)    A falta de defesa e de fiscalização das fronteiras brasileiras com outros países da América do Sul causa que tipo de problemas para o Brasil?

 

                              

A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

A COLONIZAÇÃO E A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA

1A evolução das fronteiras brasileiras está relacionada às disputas territoriais e à organização de atividades econômicas, que ocorrem desde o período colonial.

2Em 1500, os portugueses chegaram ao litoral brasileiro. A posterior descoberta de riquezas naturais foi um dos fatores que levou, décadas depois, à colonização das terras que viviam a compor o Brasil atual, por meio da apropriação de territórios indígenas. Assim, o país passou a ser colônia de Portugal.

A colonização era uma expressão do 3mercantilismo, conjunto de práticas econômicas que vigorava na Europa e era marcado pela rigorosa intervenção do Estado na economia. O mercantilismo 3apregava, entre outros princípios, a acumulação de metais preciosos e a valorização das atividades comerciais e da balança comercial favorável (o Estado deveria exportar mais do que importar). Atualmente, muitos estudiosos consideram o mercantilismo uma fase da transição do Feudalismo para o Capitalismo.

No início da colonização, a Coroa portuguesa estabeleceu a 4-bprimeira divisão político-administrativa na Colônia: as 4Capitanias Hereditárias, que eram lotes que se estendiam do litoral em direção ao interior, limitados pelo Tratado de Tordesilhas (1494). Elas eram doadas aos donatários, que deveriam torná-las produtivas.

5A instalação de centros administrativos e de fortificações, a extração de pau-brasil e o desenvolvimento da produção canavieira nas terras férteis do litoral nordestino, ao longo dos séculos XVI e XVII, propiciaram a concentração populacional na faixa litorânea. As atividades econômicas foram viabilizadas pela escravidão de indígenas, que eram trazidos à força para a América portuguesa.

A DESCOBERTA DAS MINAS

6No final do século XVII, expedições exploratórias de colonizadores portugueses em territórios indígenas e a descoberta de jazidas de ouro e de diamante na atual região de Ouro Preto, em Minas Gerais, geram um eixo de ocupação em direção ao interior do território. Essa região, conhecida na época como região das minas, passou a dinamizar a economia da Colônia. Nessa porção do território, surgiram vilas e cidades formadas pela grande quantidade de pessoas atraídas para a exploração das jazidas. São exemplos: Vila Rica (atual Ouro Preto), Sabará e São João Del Rei.

 

O ABASTECIMENTO DA REGIÃO DAS MINAS

No início do período da mineração, a falta de gêneros alimentícios na região das minas gerou surtos de fome. 7Para suprir as necessidades da população, outras áreas passaram a produzir alimentos destinados ao abastecimento da região.

O nordeste e o sul da colônia fornecia carne, e a região atual do Estado de São Paulo enviava gêneros agrícolas. O transporte era feito por barcos e, principalmente, por mulas, que demoravam semanas, e até meses, para chegar ao destino. Nos pontos de parada, surgiram vilas e povoados que alcançaram importância econômica, como Curitiba e Sorocaba.

A atividade pecuária e a descoberta de novas jazidas na região dos atuais estados de Mato Grosso e de Goiás contribuíram para interiorizar e integrar o território da colônia.

A EXPLORAÇÃO E A INTERIORIZAÇÃO DA AMAZÔNIA

Desde o século XVII, a Amazônia passou a ser alvo de interesses de várias potências, como a Inglaterra e a Espanha. O risco de invasão fez Portugal tomar medidas de defesa, com a criação de unidades político-administrativas e a instalação de núcleos coloniais, como fortificações e núcleos de povoamento, pelo interior do território, ao longo dos cursos dos rios.

Além de garantir a ocupação e a defesa do território, esses núcleos serviam para sediar a exportação para o mercado europeu das chamadas 8drogas do sertão, como o guaraná, o urucum, e de outras plantas nativas extraídas da região. A extração desses produtos utilizou o conhecimento e a mão de obra indígenas e favoreceu a ampliação do território sob o domínio de Portugal.

ATIVIDADE 02

1-    A evolução das fronteiras brasileiras está relacionada a quais fatos?

2-    Quando os portugueses chegaram ao Brasil? Quais fatores levaram posteriormente a colonização?

3-    Explique o que é mercantilismo. Qual os seus princípios?

4-    Qual a primeira divisão político-administrativa no Brasil colônia?

5-    O que propiciou a concentração populacional na faixa litorânea brasileira?

6-    O que gerou um eixo de ocupação em direção ao interior do território brasileiro?

7-    Com a falta de gêneros alimentícios na região das minas, o que ocorreu nas outras regiões do país?

8-    O que são drogas do sertão?

 BRASIL – DESENVOLVIMENTO URBANO E INDUSTRIAL

Durante o século XIX e início do século XX, o Brasil foi marcado por grandes mudanças socioeconômicas. 1Essas transformações, além de desenvolver novos eixos de ocupação territorial, caracterizaram a transição entre economia colonial e a introdução do capitalismo no país.

2Nesse período, também ocorreram profundas mudanças na Europa. As relações comerciais e a circulação de mercadorias passaram a determinar o poder econômico dos países. Assim, Portugal e Espanha, grandes potencias mercantilistas, se enfraqueceram.

A invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão, em 1808, obrigou a família real a transferir-se para o Brasil. 3Os laços comerciais entre Portugal e Inglaterra favoreceram a abertura dos portos brasileiros ao comércio mundial. Assim, as mercadorias brasileiras não seriam comercializadas exclusivamente com a coroa portuguesa, o que aumentaria o poder da elite comercial brasileira e beneficiaria sobretudo a elite inglesa. A abertura dos portos reforçou os interesses nacionais que possibilitaram a estrutura política propícia para a proclamação da independência em 1822.

Além disso, ao longo do século XIX, pressões da Inglaterra dificultaram a manutenção do trabalho escravo, o que culminou na proibição do tráfico de escravizados no Brasil em 1850 e na abolição da escravidão em 1888. 4Com a extinção do trabalho escravo, introduziu-se a mão de obra de imigrantes, utilizada principalmente nas fazendas de café.

5A cafeicultura, que, a princípio, se concentrou no vale do Paraíba e depois avançou para o Oeste paulista, tornou-se principal atividade econômica do Brasil e determinou a ocupação de novas áreas do território nacional. A instalação de grandes fazendas e os serviços necessários à produção e ao comércio do café propiciaram o desenvolvimento de infraestrutura de transporte, especialmente o ferroviário, e de um sistema financeiro integrado à economia mundial, bem como o surgimento de vilas e cidades.

Assim, indiretamente, o café possibilitou a concentração das maiores atividades industriais na cidade de São Paulo.

Imigrantes acumularam capitais e iniciaram pequenos negócios industriais nos setores têxtil, de calçados e de alimentos. Na virada do século XIX para o século XX, a cidade de São Paulo tinha perto de um milhão de habitantes e tornou-se o principal centro econômico nacional. A industrialização ganhou forte impulso no Brasil com a crise de 1929 e passou a ser estimulada pelo governo federal do país a partir de 1930.

 AS CONQUISTAS TERRITORIAIS

A expansão portuguesa durante o período colonial gerou conflitos com vários países, sobretudo com a Espanha. Ao longo do século XVIII, multiplicavam-se as áreas de tensão entre as coroas portuguesa e espanhola pela posse de novos territórios, principalmente na atual Região Sul do Brasil e na Amazônia.

No século XIX, ocorreram conflitos que culminaram em ganhos e perdas territoriais para os países americanos recém-independentes. 6No Sul, o Brasil perdeu o território do atual Uruguai na Guerra Cisplatina. Com a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) na Guerra do Paraguai, algumas áreas paraguaias foram anexadas ao Brasil.

As atuais fronteiras brasileiras foram definidas no início do século XX, por acordos internacionais. O principal deles envolveu o atual Estado do Acre, que integrava o território boliviano. Entre o final do século XIX e o início do século XX, a exploração do látex promoveu o aumento dos focos de tensão entre Brasil e Bolívia. Os seringueiros brasileiros reivindicavam a anexação do Acre ao Brasil. Depois de confrontos armados, foram realizados acordos diplomáticos, e o Brasil pagou indenizações à Bolívia. Com isso, em 1903º Brasil incorporou o Acre ao seu território e assegurou o direito de extração do látex.

Enquanto as fronteiras territoriais se definiam no Norte do país, no Sudeste o desenvolvimento da atividade industrial passava a orientar a economia nacional e a gerar crescimento urbano.

ATIVIDADE 03

1-    Durante o século XIX e o início do século XX, o Brasil foi marcado por mudanças socioeconômicas, quais foram essas mudanças?

2-    Nesse período, também ocorreram profundas mudanças na Europa. Quais foram essas mudanças?

3-    Qual a importância da abertura dos portos brasileiros ao comércio mundial?

4-    Qual a forma de mão de obra a proibição do tráfico de escravizados e a abolição da escravidão, introduziu no país? Onde essa mão de obra era utilizada?

5-    Explique a importância da cafeicultura para o Brasil.

6-    Cite um ganho e uma perda do Brasil com os vários conflitos territoriais durante o período colonial.

 

 A ECONOMIA NACIONAL E A INTEGRAÇÃO TERRITORIAL

A PARTIR DO SÉCULO XX

Ao longo do século XX, o Brasil deixou de ser um país unicamente agroexportador para se tornar cada vez mais industrial. Medidas governamentais e investimentos públicos promoveram o desenvolvimento da industrialização, o que acelerou o processo de urbanização.

Até a metade do século XX, a concentração dos investimentos em infraestrutura no setores de transporte e energia, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, ampliou a aglomeração industrial e populacional das cidades.

Foi somente a partir da segunda metade do século XX que os governos efetivaram medidas para dinamizar o mercado interno e promover a integração entre as regiões brasileiras. Entre essas medidas, destacam-se:

·       A construção de estradas para interligar o país;

·       A transferência de capital federal para Brasília, em 1960;

·       O desenvolvimento de atividades agrícolas no Centro-Oeste;

·       A exploração de recursos naturais na Região Norte.

Atualmente, por mais que o desenvolvimento urbano-industrial tenha se expandido, o Sudeste ainda é o principal polo econômico brasileiro. A concentração de indústrias e de atividades urbanas, como o comércio e serviços, atraiu a população, principalmente, para os grandes centros urbanos dessa região.

As capitais brasileiras são fortes polos de atração populacional. De modo geral, essas cidades disponibilizam melhores serviços e infraestrutura para seus habitantes. No entanto, essa oferta não é suficiente para toda a população. É comum, nos grandes centros urbanos, a ocorrência de problemas como a falta de saneamento básico e a ocupação de áreas que oferecem risco a seus moradores, como margens de rios e encostas de morros.

ATIVIDADE 04

1-    O que ocorreu com o Brasil ao longo do século XX?

2-    O que ampliou a aglomeração industrial e populacional nas cidades?

3-    Cite duas medidas que os governos efetivaram para dinamizar o mercado interno e promover a integração.

4-    Qual o principal polo econômico brasileiro?

5-    Por que as capitais são fortes polos de atração populacional?

 A POPULAÇÃO BRASILEIRA

A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO

POVOS FORMADORES

A população brasileira começou a se formar há mais de cinco séculos. Em 1500, quando os portugueses chegaram à costa do território que viria a ser o Brasil, encontraram povos indígenas que já habitavam o continente havia pelo menos 10 mil anos. Calcula-se que, naquele período, existiam mais de mil povos indígenas no Brasil, totalizando 3 q 4 milhões de pessoas.

A maioria dos portugueses que vieram para o Brasil era de homens. Muitos deles tiveram filhos com mulheres indígenas, iniciando, assim, o processo de miscigenação da população brasileira.

Durante a colonização portuguesa, milhares de homens e de mulheres africanos foram escravizados e trazidos à força para trabalhar no Brasil, inicialmente nas lavouras de cana-de-açúcar no nordeste do país. Depois, os escravizados e também trabalharam na extração de ouro e de pedras preciosas em Minas Gerais e, quando o Brasil se tornou independente, nas lavouras de café do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Estima-se que cerca de africanos foram trazidos à força para o Brasil entre 1550 e 1850. Os povos africanos compuseram um dos principais grupos de formação do povo brasileiro.

O POVO BRASILEIRO

No censo demográfico de 2010, quase metade dos brasileiros declarou-se branca (47,7%). Em seguida, aparecem os se declaram pardos (43,1%), pretos (7,6%), amarelos (orientais, como japoneses e coreanos, 1,1%) e indígenas (0,4%).

OS POVOS INDÍGENAS

O baixo número de indígenas que existe atualmente no Brasil (em 2010, cerca de 817 mil pessoas) está relacionado, entre outros fatores, ao extermínio praticado pelos europeus, à elevada mortalidade dos nativos decorrente da escravidão, à expulsão deles de suas terras e às doenças que contraíram do colonizador, para as quais não tinham imunidade.

O censo de 2010 identificou 305 etnias e 274 línguas indígenas no país. E, assim como as línguas, também os costumes, as tradições, os ritos e as crenças variam de um povo indígena para outro.

A maioria dos povos indígenas brasileiros vive no Estado do Amazonas, embora esses povos estejam presentes em todos os estados. Há indígenas que habitam as cidades, mas a maior parte vivem em Terras Indígenas.