quarta-feira, 31 de maio de 2023

OS SOLOS - MATERIAL DE CONSULTA PARA A 601

 

OS SOLOS

A IMPORTÂNCIA DO SOLO

Existem diversas definições de solo. O SOLO está na interface dos sistemas terrestres, pois é composto de elementos tanto da biosfera como da litosfera, além de estar em contato com a atmosfera e hidrosfera. Por isso, é um componente importante dos ecossistemas terrestres.

É também um RECURSO NATURAL fundamental para a produção de alimentos e o desenvolvimento de várias atividades humanas. No solo, desenvolvem-se a VEGETAÇÃO e as ATIVIDADES AGRÍCOLAS, por exemplo.

Os vegetais se fixam ao solo pelas raízes e dele retiram a água e os nutrientes necessários para se desenvolver. No solo também ocorre a decomposição de matéria orgânica, fundamental para a manutenção de sua fertilidade.

Além do solo ser essencial para a agricultura, é dele que diversas sociedades humanas retiram matérias-primas como areia, argila e outros minerais.

Os Solos das Videiras - Polenta e VinoO solo regula o escoamento e a infiltração da água da chuva e irrigação, e funciona como filtro par as águas que atravessam, limitando, desse modo, a poluição de águas subterrâneas.

Ressalta-se ainda, a BIODIVERSIDADE, nele existente pelo fato de constituir o hábitat de microrganismos. Uma porção com cerca de 1 grama de solo em boas condições pode conter mais de 600 milhões de bactérias, que são fundamentais para sua fertilidade.

MORFOLOGIA DOS SOLOS

Perfil do solo com os diferentes tipos de horizontes 3 Fonte ...Durante o processo de formação do solo, surgem diferentes camadas paralelas à superfície terrestre que apresentam composições e aspectos diversos. Essas camadas são chamadas HORIZONTES do solo. Ao realizar um corte vertical em alguns tipos de solos, é possível observar os horizontes, que nem sempre apresentam a transição bem demarcada entre si. Esse corte vertical, no qual é possível visualizar todos os horizontes de um solo, é chamado de PERFIL DE SOLO.

O horizonte mais superficial é conhecido como HORIZONTE ORGÂNICO, pois é constituído basicamente de matéria-orgânica animal e vegetal. Ele apresenta coloração escura, em virtude da grande presença de HÚMUS.

Logo abaixo do horizonte orgânico, há uma camada na qual predominam os materiais originados das alterações da rocha. Essa camada, chamada HORIZONTE MINERAL, é composta basicamente de areia e argila.

Os horizontes que ficam mais próximos das rochas são os mais novos e os menos alterados. A espessura e a coloração dos horizontes variam conforme o tipo de solo.

Os solos são diferentes de uma região para outra, mas, essencialmente, contêm a camada orgânica e a camada mineral. Abaixo delas, há parte da rocha matriz que não sofre alterações.

Nas cidades, as camadas dos solos são rapidamente alteradas ou misturadas. A remoção dos horizontes (camadas) para construção de edifícios, a deposição de lixo e a instalação de encanamentos e fiações subterrâneas impedem o desenvolvimento de novos solos e contaminam os já existentes.

FATORES DE FORMAÇÃO DOS SOLOS

Solo - Só GeografiaDiversos fatores interagem no processo de formação dos solos. Entre os principais, estão o CLIMA, o TEMPO, a presença de SERES VIVOS e a ROCHA MATRIZ, ou seja, a rocha que deu origem a determinado solo.

Os restos orgânicos de animais e vegetais, as atividades realizadas pelos seres vivos e a AÇÃO da ÁGUA, da TEMPERATURA e dos VENTOS contribuem para desagregar e transformar as rochas, formando os solos. Entre esses elementos, a água tem fundamental importância na formação e na fertilidade natural dos solos.

A ESPESSURA da camada de solo varia ao longo do tempo, de acordo com o nível de alteração da rocha matriz e o depósito de materiais biológicos, como restos de vegetação, por exemplo. Os solos podem ser argilosos ou arenosos; vermelhos, amarelos ou cinza; ricos ou pobres em matéria orgânica; homogêneos ou formados por camadas com diferentes características. Podem ainda, ser adequados ou não ao crescimento de plantas. Todas essas propriedades decorrem das condições ambientais do local onde os solos são formados.

 

CLIMA

O clima exerce grande influência na formação dos solos. O material derivado de uma mesma rocha vai formar solos completamente diferentes quando submetido a situações climáticas distintas. O solo em formação sofre influência, principalmente, de fatores como a TEMPERATURA e UMIDADE.

Quanto mais úmido e quente for o clima de uma região, mais rápida e intensa será a decomposição das rochas. Portanto, em regiões de clima úmido e quente, o solo tem mais horizontes (camadas) e maior profundidade. Nas regiões de clima seco e frio, ou seco e quente, por sua vez, o solo é pouco espesso e com menor quantidade de matéria orgânica.

OS ORGANISMOS VIVOS

Antepassados Esquecidos: SoloOs seres vivos, como alguns tipos de microrganismos, as plantas e os animais, influenciam diretamente na formação e na diferenciação dos solos.

Os microrganismos, como algas, bactérias e fungos, são importantes na decomposição de restos de animais e de vegetais, ajudando a formar o HÚMUS e os agregados que compõem a estrutura do solo.

As raízes das plantas infiltram-se no solo, tornando-o mais poroso e arejado. Dessa forma, exercem um papel fundamental no processo de erosão e no transporte de água e nutrientes para a planta. A cobertura vegetal protege o solo contra o efeito dos ventos e do impacto da chuva, diminuindo a perda de nutrientes.

Os animais que vivem no solo, como cupins, formigas e minhocas, ao cavar galerias, movimentam o solo e trituram os restos vegetais. A ação humana, como obras de aterros e escavações, também exerce forte impacto na composição do solo.

ROCHA-MATRIZ E RELEVO

A velocidade do processo de formação do solo depende do MATERIAL GEOLÓGICO em que ele está assentado. Além disso, boa parte das propriedades químicas e da fertilidade do solo depende dos minerais que compõem a rocha-matriz.

O RELEVO é outro fator que influencia na formação dos solos, pois é importante para a DEPOSIÇÃO e o TRANSPORTE dos SEDIMENTOS e interfere na infiltração e circulação hídrica dos solos.

A DEGRADAÇÃO DOS SOLOS

O solo é fundamental para a produção de alimentos destinados ao consumo humano e à produção de pastagem e de ração que alimentam os rebanhos variados. Esse recurso demora centenas a milhares de anos para se formar e depende de um ambiente favorável para seu desenvolvimento; por isso, sua conservação é extremamente importante.

Para evitar a degradação e a perda de nutrientes do solo, é importante utilizá-lo de maneira racional. O mau uso do solo é responsável pela perda de milhares de hectares de terra fértil, o que causa enormes prejuízos econômicos e ambientais.

Estima-se que, no mundo, cerca de 6 milhões de hectares de terras agricultáveis sejam perdidos por ano devido à degradação do solo. Tal problema é ainda mais grave nos países em desenvolvimento, que dependem mais da agricultura.

O uso inadequado do solo reduz sua fertilidade e diminui a matéria orgânica nele existente. Isso ocorre porque, com o intuito de aumentar a produtividade, muitos agricultores usam produtos químicos, os chamados AGROTÓXICOS, que contaminam o solo tanto quanto os resíduos domésticos e industriais.

Degradação dos solosO CULTIVO AGRÍCOLA INTENSO e, em especial, o DESMATAMENTO aceleram o processo de EROSÃO do solo, que consiste na remoção e no transporte de sedimentos pela ação dos ventos e das águas de rios e de chuvas. Até mesmo o pisoteio constante de gado pode acelerar processos erosivos no solo.

As principais formas de degradação do solo relacionam-se à erosão hídrica e eólica e à compactação do solo.

A degradação do solo pode provocar DESERTIFICAÇÃO e formação de escavações e marcas de erosão, como as ravinas, os sulcos e as voçorocas (podemos ver ao longo das estradas e no alto dos pastos, grandes valas escavadas pela chuva por falta de vegetação).

FORMAS DE USO DO SOLO

Na agricultura, várias técnicas são empregadas com o objetivo de diminuir a velocidade de escoamento da água da chuva e o impacto da ação do vento e, desse modo, controlar a erosão. Essas técnicas agrícolas de conservação dos solos foram sendo transformadas ao longo do tempo para se adaptar aos tipos de solo, ao relevo, ao clima e a outras condições ambientais dos diferentes lugares onde eram aplicadas. Entre essas técnicas, destacam-se o terraceamento, a plantação em curva de nível e a rotação de culturas.

O TERRACEAMENTO é a construção de terraços nivelados (em degraus) no relevo para controlar a erosão hídrica em terrenos muito inclinados, evitando-se assim a perda de solos agricultáveis.

O PLANTIO EM CURVAS DE NÍVEL é uma das técnicas agrícolas mais difundidas pelo mundo. Nessa técnica, o solo é preparado para receber a plantação, que é alinhada seguindo as faixas de mesma altitude do relevo. Isso reduz a velocidade de escoamento da água da chuva e permite manter os nutrientes no solo. No Brasil, o plantio em curvas de nível é muito utilizado nas culturas de CAFÉ no Sudeste.

 

A ROTAÇAO DE CULTURAS é uma técnica agrícola tradicional ainda empregada em todo o mundo e consiste em cultivar, ao mesmo tempo, mais de um tipo de espécie vegetal. Nessas técnica, o terreno é dividido em áreas previamente planejadas, e cada uma dessas áreas recebe um tipo de espécie. A cada novo plantio, alternam-se essas espécies entre as áreas. A rotação de culturas visa evitar a exaustão do solo causada pela perda de nutrientes, além de reduzir a incidência de doenças ou pragas que atingem a plantação.

O que é terraceamento?      Emater-RO orienta sobre sistema de curva de nível para implantação ...   A rotação de culturas como solução de problemas atuais da Agricultura

TERRACEAMENTO                                        CURVA DE NÍVEL                                 ROTAÇÃO DE CULTURA

quinta-feira, 18 de maio de 2023

ATUALIZAÇÃO - PROVA MENSAL 9º ANO 2º BIM 2023

 





EUROPA: ASPECTOS GERAIS

O CONTINENTE EUROPEU

A Europa faz parte de uma extensa faixa contínua de terra que compõe um grande bloco continental com a Ásia: a Eurásia. Os continentes Europeus e Asiático, são considerados distintos por motivos HISTÓRICO-CULTURAIS, até hoje, a delimitação entre eles é imprecisa (limite natural/limite cultural).

Os montes Urais, o rio Ural, o mar Cáspio, as montanhas do Cáucaso e o Mar Negro são considerados os limites naturais da Europa e da Ásia. Desse modo, Turquia e Rússia apresentam territórios na Europa e na Ásia (países transcontinentais).

Países como Armênia, Azerbaijão, Chipre e Geórgia podem pertencer tanto a Europa como à Ásia, conforme o critério adotado. Pelo critério físico não pertencem a Europa, mas têm proximidade cultural.

O continente europeu é banhado principalmente pelo Oceano Atlântico a oeste e pelo Mar Mediterrâneo ao sul. (muitas penínsulas, ilhas, cabos e estreitos, mares internos, golfos e canais).

RELEVO EUROPEU

Podemos encontrar planícies, os baixos planaltos, e as cadeias de montanhosas. As estruturas geológicas formadas por dobramentos modernos (recentes) e maciços antigos (primeiros blocos da Terra).

Ao longo da história, as planícies europeias foram intensamente ocupadas, sobretudo as localizadas próximas aos rios, com solo de grade fertilidade natural, favoráveis a agricultura e formação de cidades. Atualmente as planícies são ocupadas pela agricultura mecanizada, que ocorre por toda a faixa central.

As cadeias montanhosas concentram-se ao sul da Europa. As principais são os Alpes, os Pirineus, os Cárpatos, os Apeninos e o Cáucaso, formados por dobramento modernos(recentes).

No norte encontramos os Alpes escandinavos, na Noruega e na Suécia, e os Montes Urais na Rússia, constituídos por maciços antigos (formação da Terra).

 

 

CLIMAS DA EUROPA

No continente europeu, as características do clima são muito marcantes. A localização de seu território é em ZONA TEMPERADA e sofre influência das correntes marítimas, além do relevo central muito plano e áreas montanhosas ao norte e ao sul, são fatores formadores do clima. O mapa abaixo não está em português mas pode ser entendido.


CLIMA FRIO

O clima frio ocorre em áreas de latitude mais elevada a mais afastadas do litoral Atlântico. Caracterizado por invernos longos e predomínio de baixas temperaturas, além de verões curtos com temperaturas mais amenas.

O clima frio de montanha ocorre nos Alpes, Montes Urais, Cárpatos, Bálcãs e Alpes Escandinavos. São as áreas menos povoadas do continente.

CLIMA TEMPERADO

No clima temperado, as estações do ano são bem definidas. De modo geral, o verão é quente e úmido; no outono, as folhas das árvores caducifólias perdem as folhas. No inverno há precipitação de neve em toda região e na primavera as árvores florescem. São áreas menos influenciadas pelas as massas de ar oceânico.

As áreas de clima temperado próximas ao oceano são influenciadas pelas águas aquecidas da corrente do Golfo do México, invernos pouco rigorosos e verões amenos e umidade elevada. Devido à ação da corrente do golfo, o litoral da Noruega e sul da Suécia, apresenta clima temperado e não polar.

CLIMA MEDITERRÂNEO

Na porção sul do continente europeu ocorre o clima mediterrâneo, que se caracteriza por verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos.

CLIMA POLAR

Esse clima está presente em regiões de altas latitudes, como na Islândia e ao norte da Noruega, da Suécia, da Finlândia e da Rússia. Caracteriza-se por verões curtos e os invernos se prolongam pela maior parte do ano, com baixas temperaturas e ocorrência de neve.

 

 FORMAÇÕES VEGETAIS

As principais formações vegetais encontradas no continente europeu são as florestas temperadas, as pradarias e as estepes temperadas, as florestas mediterrâneas, a taiga e a tundra.

 

OS GRANDES RIOS EUROPEUS

O relevo e o clima europeus favorecem a existência de muitos rios caudalosos e navegáveis. Embora a maioria desses rios não sejam muito extensos, esse recurso constitui um fator geográfico fundamental para o abastecimento e o desenvolvimento econômico.

Desde a antiguidade, grandes cidades do continente europeu se desenvolveram às margens de rios, que proporcionaram a fertilidade da terra, e serviam de comunicação entre mares e oceanos.

Ao longo do tempo, como forma de melhorar o aproveitamento econômico dos rios, foram feitas diversas obras de interligação para ampliar aproveitamento dos trechos navegáveis.

Muitos rios servem de fronteira natural entre os países e integram territórios e o escoamento da produção. Os principais rios são o Danúbio, ele corta praticamente todo o continente europeu no sentido oeste-leste, passando por importantes cidades. Outro rio importante, e o Reno pela localização privilegiada e por ser navegável. O Reno é uma importante ligação fluvial.

 

 

ATIVIDADE

1)    Como se caracteriza o continente europeu?

2)    Por que os continentes europeu e asiático são considerados distintos?

3)    O que são os países transcontinentais? Explique.

4)    Quais as principais formas de relevo do continente europeu?

5)    Quais as características do clima europeu?

6)    O clima frio ocorre em quais áreas da Europa?

7)    Como se caracteriza, de modo geral, o clima mediterrâneo?

8)    Quais as principais formações vegetais encontradas na Europa?

EUROPA: ASPECTOS GERAIS

A EUROPA CONTEMPORÂNEA

FORMAÇÃO TERRITORIAL DA EUROPA

1A Europa é formada por muitos povos e culturas diferentes. Ao longo da história, as grandes ondas de migração, as conquistas territoriais e a fusão dessas culturas foram fundamentais para a formação de grande diversidade cultural europeia.

A primeira grande política na Europa se deu com o IMPÉRIO ROMANO, que teve sua maior extensão no século II, ocupando não apenas regiões europeias, mas também o norte da África e parte do Oriente Médio.

Durante a Idade Média, povos asiáticos, como os Mongóis, invadiram a Europa. A partir do século VIII, os muçulmanos conquistaram a península Ibérica, trazendo parte da cultura árabe e do Norte da África para esse continente. No século XV, foram os turcos otomanos que tornaram o Império Bizantino e conquistaram boa parte do sudeste europeu. Ao final desse século, o mapa do continente começou a ser redesenhado com o surgimento dos primeiros Estados nacionais, chefiados por monarcas absolutistas, a exemplo dos portugueses, espanhóis e franceses.

Nos séculos seguintes, o crescimento do nacionalismo e o colonialismo levou a disputas territoriais que acirraram as tensões internacionais e conduziram o continente a uma guerra no início do século XX: A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.

 

A Primeira Guerra Mundial reconfigurou as fronteiras europeias: os impérios Russo, Alemão, Austro-Húngaro e otomano, por exemplo, foram destruídos. Nesse contexto, muitos países se tornaram independentes e outros conquistaram territórios.

A Revolução Russa, que enfraqueceu o regime monárquico russo e conduziu os bolcheviques ao poder, originou a UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS (URSS) EM 1922.

O expansionismo alemão, que gerou agressivas anexações territoriais de países vizinhos, e as rivalidades político-econômicas conduziram a Europa à SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, que redesenhou novamente o mapa político desse continente, destruindo grande parte do território dos países europeus. Esse conflitos é sucedido pela GUERRA FRIA, momento de polarização ideológica e econômica entre os países.

Depois da Segunda Guerra Mundial, também ocorreu o processo de descolonização da África, Ásia e do Caribe, colocando fim à dominação política e econômica da Europa sobre o restante do mundo, além de provocar alterações territoriais ligadas à lógica da geopolítica de polarização do consumismo e do capitalismo, sob a liderança da URSS e dos Estados Unidos, respectivamente.

A Alemanha viu seu território ser dividido entre as duas potências, originando a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental. Por volta de 1948, as repúblicas bálticas, a Polônia, a Hungria, a Tchecoslováquia, a Romênia, a Bulgária, a Iugoslávia e a Albânia se tornou países comunistas, sob o domínio político e econômico da URSS.

Com o fim da Guerra Fria, na década de 1990, a URSS se fragmentou em 15 repúblicas. Na Europa, as repúblicas bálticas foram as primeiras a retomar a soberania de seus antigos territórios. Além delas, Belarus, Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão tornaram-se repúblicas independentes.

A Tchecoslováquia desmembrou-se em República Tcheca e República da Eslováquia. A Iugoslávia fragmentou-se em Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro e Sérvia. O Kosovo declarou independência em 2008, não reconhecido.

Na Europa Ocidental, após a queda do muro de Berlim. O processo da reunificação do país gerou desafios para equilibrar o desenvolvimento socioeconômico e as condições da vinda da população em cada porção do território alemão.

O LESTE E O OESTE EUROPEU

Em sua fase final, o Império Romano foi dividido em dois: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente (Império Bizantino). 2Essa divisão foi importante para que a formação social do Leste e do Oeste europeu tivesse caraterísticas bastante diferenciadas.

Após a Segunda Guerra Mundial, as diferenças entre o Leste e o Oeste se acentuaram ainda mais, pois alguns países do Leste Europeu passaram a fazer parte do bloco socialista.

2-a Com o fim da Guerra Fria, os países do Leste Europeu enfrentaram grave crise econômica, devido principalmente pela transição de uma economia socialista para uma economia de mercado. Além disso, fragmentação política, desemprego, migrações, aumento da pobreza. A Rússia é o único país do Leste Europeu com economia mais forte e influente na região.

 A FORMAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA

3Muitos países da Europa estavam devastados após a Segunda Guerra Mundial. Faltava mão de obra e a economia estava praticamente paralisada no continente. Assim, o estabelecimento de acordos e a formação de blocos econômicos e políticos foram uma maneira de contornar os problemas decorrentes da guerra.

Em 1951, a França, a Alemanha Ocidental e a Itália juntaram-se ao BENELUX, união aduaneira entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo que entrou em vigor em 1948, e formaram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca). Essa organização deu origem à Comunidade Econômica Europeia (CEE), criada em 1957, com a assinatura do Tratado de Roma.

4A possibilidade real da formação de um mercado único entre os países da Comunidade Econômica Europeia ocorreu nos anos 1990, com o fim do bloco socialista. Em 1992, foi assinado o Tratado de Maastricht, que deu início à União Europeia, tendo por base a livre circulação de pessoas, de serviços, de mercadorias e de capitais.

A ZONA DO EURO

5Com o objetivo de facilitar e de fortalecer os negócios e a circulação de capitais e de mercadorias entre os países-membros da União Europeia, foi proposta a adoção de uma moeda comum, o EURO, que entrou em vigor em 2002. No entanto, alguns países do bloco, como a Dinamarca e o Reino Unido, recusaram essa proposta, mantendo a moeda local.

AS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS DA UNIÃO EUROPEIA

Uma das principais características da União Europeia é a combinação de processos políticos e econômicos.

4-aA União Europeia é dirigida pelo Conselho Europeu. O Órgão legislativo da União Europeia é o Parlamento Europeu, outra importante instituição do bloco.

Há ainda o Conselho da União Europeia, composto por ministros de Estado dos países-membros.

O Banco Central Europeu tem a função de manter a estabilidade de preços e do sistema financeiro da União Europeia, além de ser responsável pela emissão de euros.

Em 1985, em Luxemburgo, foi criado o Espaço SCHENGEN com o objetivo de promover a segurança e a livre circulação, tanto de cidadãos europeus como de pessoas de outros países.

OS PROBLEMAS ATUAIS DA UNIÃO EUROPEIA

7Nos últimos anos, a unidade política da União Europeia tem sido ameaçada por muitas dificuldades que se agravaram após a CRISE FINANCEIRA iniciada em 2008.

Ao atingir os países europeus, a crise criou uma série de dificuldades para a adoção de medidas conjuntas entre os países-membros.

6O desemprego, a instabilidade econômica e os cortes em gastos públicos tornaram a situação ainda pior para os países mais atingidos pela crise.

Nesse cenário, outros fatores contribuíram para o descrédito de parte da população com a União Europeia (ataques terroristas, crise migratória, refugiados, intolerância contra os imigrantes, saída do Reino Unido)

ATIVIDADE

1.    Qual a importância dos grandes fluxos migratórios ocorridos ao longo do tempo para a formação territorial e a diversidade cultural da Europa?

2.    Que fatores explicam as diferenças na formação social e econômica entre os países do Leste e os do Oeste Europeu?

3.    O que levou os países europeus a estabelecer os acordos e os blocos econômicos que deram origem à União Europeia?

4.    Explique o que é a união Europeia e cite suas principais instituições políticas.

5.    O que é ZONA DO EURO? Todos os países que fazem parte da União Europeia também utilizam o Euro como moeda?

6.    Que fatores estão relacionados ao recente aumento do sentimento de descrédito de parte da população com a União Europeia?

7.    De que modo esses fatores ameaçam a integridade desse bloco?

POPULAÇÃO E URBANIZAÇÃO DA EUROPA

A POPULAÇÃO EUROPEIA

Segunda a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017, a Europa apresentava cerca de 740 milhões de habitantes. A população europeia encontra-se distribuída de forma desigual pelo continente; Há áreas densamente povoadas e áreas com baixa densidade demográfica.

1O envelhecimento da população é uma forte tendência demográfica dos países europeus e está associado ao baixo crescimento vegetativo e à alta expectativa de vida. Essa é uma situação demográfica desafiadora para esses países, pois o desequilíbrio entre o contingente de população jovem e o de população idosa pode levar a sérios problemas nas contas públicas que impactam a manutenção dos direitos de aposentadoria e o bem-estar social dos mais velhos.

Vários países europeus apresentam taxas de natalidade bem inferiores às de mortalidade. Para evitar a diminuição da população, alguns deles adotam políticas de incentivo à natalidade. Os imigrantes também contribuem para a reposição populacional. Por outro lado, há países, principalmente os do Leste Europeu, que, além do crescimento vegetativo negativo, ainda perdem população com a emigração de seus habitantes.

TRABALHO E CONDIÇÕES DE VIDA NA EUROPA

2Os países da Europa Ocidental apresentam ALTA qualidade de vida, o que está relacionado a bons indicadores sociais, como baixos índices de mortalidade infantil e ALTA expectativa de vida. Os países do Leste Europeu, no entanto, de modo geral, apresentam indicadores sociais INFERIORES aos dos países da Europa Ocidental. O continente europeu também apresenta ALTA taxa de urbanização e a maioria da População Economicamente Ativa (PEA)está empregada tanto no setor industrial quanto no setor de comércio e serviços. Há grande diferenças entre os países europeus quanto à distribuição da PEA nos setores da economia: alguns apresenta mais de 80% da PEA trabalhando no setor terciário, e outros, menos de 45%.

As condições de trabalho no continente europeu estão entre as melhores do mundo. No entanto, há diferenças significantes entre os países da Europa Ocidental, que oferecem salários mais elevados e garantem direitos sociais aos cidadãos, e os da Europa Oriental, em que as condições de trabalho são piores e o nível de industrialização é menor.

Como vimos anteriormente, a globalização propiciou a saída de muitas indústrias da Europa para países com mão de obra mais barata. No entanto, os principais centros de decisão e de pesquisa e desenvolvimento tecnológico das empresas multinacionais ainda estão localizados na Europa.

 

 

DIVERSIDADE LINGUÍSTICAS E RELIGIOSA

3A grande diversidade cultural europeia se reflete na multiplicidade linguística e religiosa. Na formação linguística europeia, destacam-se três grandes grupos: o GERMÂNICO (o qual pertencem os idiomas alemão, inglês, sueco, holandês, dinamarquês, ...); LATINO: (italiano, francês, português, espanhol, romeno, ...) e o eslavo (russo, esloveno, croata, polonês, tcheco, sérvio, ...). Além desses, com menor representatividade: (celta, o báltico e o grego).

No que se refere a religião, atualmente, destacam-se no continente europeu o CATOLICISMO, muito presente na parte Oeste, o CRISTIANISMO ORTODOXO, herdado em grande parte do Império Bizantino, na parte Leste do continente, PROTESTANTISMO e o ISLAMISMO. Outras religiões estão presentes em menor escala, como o budismo e o judaísmo.

AS MIGRAÇÕES NA EUROPA

4A Europa apresentou intensos FLUXOS MIGRATÓRIOS internos e externos ao longo do último século. Conflitos étnicos, perseguições políticas ou religiosas e busca por melhores condições de vida intensificaram esses deslocamentos populacionais. Após a Segunda Guerra Mundial, as migrações ocorreram em virtude da reconstrução do continente, que encontrava-se devastado pelo conflito. Grande parte dos imigrantes se originava de ex-colônias europeias, em especial as da Ásia e da África.

5A partir de 1990, o fim do bloco socialista levou grande número de trabalhadores do Leste Europeu a se deslocar para os países da Europa Ocidental em busca de emprego, de salários mais altos e de melhores condições de vida.

Nas últimas décadas, a Europa continua recebendo grande quantidade de imigrantes de várias partes do mundo.

Atualmente, houve grande aumento no número de refugiados que chegam aos países europeus, vindos principalmente de zonas de conflito, como Síria, Iraque e Afeganistão.

O grande fluxo de imigrantes e refugiados tem sido motivo de preocupação para os países europeus. Muitos deles criaram POLÍTICAS DE RESTRIÇÕES à entrada de imigrantes e têm adotado medidas para conter esse fluxo, como maior controle de entrada e saídas nas fronteiras externas, criação de muros nas áreas fronteiriças e estabelecimento de cotas para refugiados.

MOVIMENTOS SEPARATISTAS NA EUROPA

6Em várias partes da Europa podem ser encontrados movimentos que buscam a independência de suas respectivas regiões, como é o caso de FLANDRES, na Bélgica, e do Norte da Itália, das repúblicas do Cáucaso, da Escócia, no Reino Unido, e das regiões da Catalunha e do País Basco, na Espanha.

Esses movimentos geram conflitos e tensões regionais no continente e resultam da diversidade étnica e das identidades culturais da Europa.

ATIVIDADE 

1-      Qual a forte tendência demográfica dos países europeus e porquê?

2-      O que está relacionado a alta qualidade de vida na Europa Ocidental?

3-      O que ocorre devido à grande diversidade cultural da Europa?

4-      Por que a Europa apresenta intensos fluxos migratórios ao longo do último século?

5-      O que o fim do bloco socialista causou no fluxo migratório Europeu?

6-      O que são os movimentos separatistas?

INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO DA EUROPA

1O processo de urbanização da Europa Ocidental é mais antigo que o da Europa Oriental, principalmente nos países pioneiros da Revolução Industrial: Inglaterra, França e Alemanha. Nos países da Europa Oriental, a aceleração da urbanização ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, e ainda hoje eles são menos urbanizados que os da Europa Ocidental.

2A urbanização europeia se intensificou no século XIX, com a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL e o surgimento de grandes cidades industriais, com elevado número de trabalhadores. Os processos de industrialização e de urbanização passaram, então, a caminhar juntos.

3No início do século XX, a ampliação da rede de transportes, principalmente as ferrovias, e as inovações como a energia elétrica, o fornecimento da água e a coleta de esgoto melhoraram as condições de vida nas cidades, atraindo mais pessoas vindas do campo. O intenso êxodo rural proporcionou elevado crescimento da população urbana.

Na segunda metade do século XX, principalmente entre os anos 1960 e 1970, o desenvolvimento das redes de comunicação e transporte, o avanço tecnológico e a automatização da produção diminuíram a necessidade de mão de obra industrial, ocasionando o enfraquecimento de vários centros industriais europeus. Assim, grande parte da atividade industrial foi substituída por atividades de prestação de serviços, fazendo surgir novos empregos nesse setor.

AS GRANDES CIDADES EUROPEIAS

O processo de industrialização europeu facilitou o surgimento das primeiras METRÓPOLES MUNDIAIS, ou seja, cidades que apresentam forte concentração de atividades e exercem influência, principalmente econômica, sobre várias outras cidades. Londres, Paris, Moscou, Frankfurt são exemplos de metrópoles europeias. Muitas delas concentram os escritórios das principais empresas ou a sede de grandes bancos, além de bolsas de valores e os principais ramos do setor de serviços, passando a ser chamadas de CIDADES GLOBAIS.

Diferente de outros continentes, a Europa apresenta poucas MEGACIDADES, ou seja, cidades com mais de 10 milhões de habitantes. Em 2016, apenas Moscou, Paris e Londres eram assim consideradas. As outra grandes cidades se localizam, principalmente, na Europa Ocidental, com destaque para Madrid, Berlim e Roma.

A ESPECIALIZAÇÃO URBANA

4Algumas cidades se especializaram na prestação de serviços ou no desenvolvimento de certas atividades industriais. Muitas vezes, a especialização urbana passa por transformações significativas. Uma cidade industrial, por exemplo, pode transformar-se em uma cidade tecnológica ou turística. Às vezes, um centro político torna-se em centro financeiro. Assim, é necessário considerar o processo de transformação das sociedades para entender a especialização das cidades.

As cidades que concentram empresas de ALTA TECNOLOGIA integradas a universidades e centros tecnológicos são conhecidas como TECNOPOLOS. Na Europa, são exemplos de tecnopolos as cidades de Estocolmo, Paris, Londres, Milão e Munique.

A Europa também concentra grande número de cidades turísticas. São exemplos delas os centros religiosos, como o Vaticano, as cidades litorâneas do Mediterrâneo, cm destaque para a Grécia, e as várias cidades com arquitetura medieval, como Praga e Budapeste.

O incremento do turismo proporciona a melhoria da infraestrutura urbana, com o aumento do números de hotéis, de aeroportos e de restaurantes, entre outras atividades especializadas do setor de serviços.

 

INFRAESTRUTURA URBANA

Na Europa, destaca-se na infraestrutura urbana a AMPLA rede de transportes, encontrada principalmente na região ocidental. As ferrovias desempenham o importante papel de interligar o continente. O transporte aéreo também é relevante, proporcionando interligação rápida e barata entre as principais cidades da Europa. As redes de metrô são amplas nas cidades europeias e, em conjunto com bondes e ônibus, possibilitam o uso mais intenso do transporte público, como é o caso de Budapeste (Hungria) e Bratislava (Eslováquia), onde cerca de 70% da população utiliza esse tipo de transporte para ir ao trabalho.

Os equipamentos de LAZER e os equipamentos CULTURAIS são comuns nos países da Europa. A existência de vários museus, cinemas e bibliotecas permite que grande parte da população tenha acesso à cultura.

PROBLEMAS URBANOS

Assim como em outras partes do mundo, na Europa, há vários problemas urbanos nas grandes cidades. A segregação espacial é um deles. Com a urbanização mais intensa, as áreas centrais passaram a ser muito valorizadas, ficando, portanto, menos acessíveis às pessoas de renda mais baixa, que tiveram de ir morar em subúrbios. A periferia de algumas cidades europeias apresenta grande concentração de imigrantes e, de modo geral, oferece menos equipamentos urbanos e infraestrutura precária.

A especulação imobiliária é outro grande problema urbano das cidades europeias. A valorização cada vez maior dos poucos terrenos existentes, impede, em muitos casos, o acesso da população à moradia.

Além desses problemas urbanos, merece destaque o congestionamento de automóveis nas grandes ruas e avenidas, apesar de o continente europeu ser um dos mais avançados em mobilidade urbana. A isso se some a emissão de poluentes pelos veículos, aumentando a poluição atmosférica.

                                                                                                                                                                                                                                                    

ATIVIDADE

1.    Por que o processo de urbanização da Europa Ocidental é mais antigo?

2.    Por que a urbanização europeia se intensificou no século XIX?

3.    O que fez com que as condições de vida nas cidades europeias melhorasse?

4.    O que é a especialização urbana?



ATUALIZAÇÃO - BRASIL CAMPO E INDÚSTRIA 7º ANO - PROVA MENSAL 2º BIMESTRE 2023

 



Agropecuária no Brasil


A agropecuária é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas hoje no Brasil e consiste na exploração do espaço rural por meio do plantio e da criação de animais de corte em larga escala.

É uma atividade ligada ao setor primário da economia e, hoje, conforme o Ministério do Desenvolvimento, representa peso decisivo na balança comercial brasileira.

Historicamente, a agricultura sempre foi indutora da economia nacional. No início pela produção em si e, com o passar do tempo - em decorrência da demanda em larga escala - a mecanização do campo impulsionou a indústria de maquinários necessários aos processos, desde a preparação do solo, à colheita e abate de animais.

A produção agropecuária é destinada ao mercado interno e externo. Os produtos que permanecem no mercado interno são as frutas, legumes, ovos, verduras, leite e carnes.

Para o mercado externo são destinados o algodão, a soja, cana-de-açúcar, café, carnes de aves, bovinos e suínos, milho, entre outros.

Agronegócio

Com a maior parte da produção voltada ao mercado externo, o Brasil é um dos países que mais dependem de uma atividade econômica denominada agronegócio. O agronegócio liga a produção à industrialização e comercialização dos produtos. Esse processo é conhecido como cadeia produtiva.

Hoje, o agronegócio corresponde a quase 30% do PIB (Produto Interno Bruto). O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas em um país.

Sendo um dos maiores produtores agrícolas e de produtos pecuários do mundo, o Brasil apresenta graves problemas sociais que este modelo de negócios incita. A concentração de muitas quantidades de terras nas mãos de poucos é o principal deles.

Latifúndio

Quando uma só pessoa concentra um grande número de terras é denominado latifundiário, porque é proprietário de um latifúndio. Em geral, os latifúndios estão voltados quase exclusivamente para a produção de exportação e muito pouco do que é produzido permanece no País.

Hoje, as produções brasileiras de soja, milho e algodão estão entre as mais elevadas do mundo e o País ocupa o segundo lugar do maior rebanho bovino do mundo, ficando atrás da Índia.

Para manter a produção em alta é necessário investir em técnicas que garantam a redução de perdas, produtos de maior resistência e maior produtividade. Por este motivo, são aplicadas grandes quantidades de defensivos agrícolas, conhecidos como agrotóxicos, e há investimento elevando nos chamados alimentos transgênicos. Os transgênicos são produtos geneticamente modificados para resistir a pragas e intempéries.

Minifúndio

Já os minifúndios, as pequenas propriedades, estão sob o controle de um número maior de pessoas. É nesses locais em que estão concentradas as produções dos insumos mais comuns à mesa dos alimentos, como cereais, verduras e frutas. Em geral, a produção dos minifúndios é orgânica. Ou seja, não se utilizam defensivos ou são de menor poder de agressividade. Como a demanda dos produtos produzidos nos minifúndios é maior, há uma pressão social, encabeçada por sindicatos e movimentos, para a divisão justa da terra. Esse processo é denominado reforma agrária e conta com diversas experiências no Brasil. 

Efeitos da modernização do campo

Os efeitos da modernização do campo são marcados por pontos positivos e negativos. Houve, em geral, um conjunto de transformações estruturais no cerne do espaço geográfico.

A modernização do campo proporcionou transformações estruturais no espaço geográfico
A modernização do campo proporcionou transformações estruturais no espaço geográfico

O processo de modernização do campo corresponde à implantação de novas tecnologias e maquinários no processo de produção no meio rural. Isso significa que a evolução das técnicas e dos objetos técnicos provoca uma transformação no que se refere ao espaço geográfico agropecuário. É claro que desde a constituição da agricultura o homem foi gradativamente desenvolvendo novas ferramentas e procedimentos mais avançados, mas quando falamos em modernização, falamos em um processo recente que gerou impactos em larga escala.

Historicamente, a mecanização do campo foi tida como uma consequência direta das revoluções industriais, pois essas proporcionaram um avanço nos meios de produção, atingindo o meio agrário. Foi ao longo do século XX que tais transformações ocorreram de maneira mais intensa, proporcionadas tanto pelo desenvolvimento de maquinários quanto pelas novas técnicas de manipulação dos bens de cultivo, muitos deles atrelados à Revolução Verde.

Uma das principais vantagens do processo de modernização do campo foi o aumento significativo da produtividade, incluindo a geração e distribuição de alimentos pelo mundo, o que contrariou perspectivas pessimistas que acreditavam que o crescimento populacional superaria a disponibilidade de recursos. Outro ponto positivo foi a menor necessidade de utilização de agrotóxicos nas lavouras em razão da melhoria genética das plantas, embora eles ainda sejam utilizados em larga escala.

Dos pontos negativos do processo de mecanização do campo – ou as críticas geralmente direcionadas a tal ocorrência – destaca-se o desemprego estrutural gerado entre os trabalhadores rurais. Houve uma significativa substituição do homem pela máquina nos sistemas de cultivo, o que intensificou a prática do êxodo rural, apesar de a modernização agrícola não ter sido a única responsável por esse PROCESSO.

Existem ainda as críticas direcionadas às transformações genéticas das plantas, outra faceta da modernização agrária. Muitos segmentos da sociedade enxergam de forma cética a produção de alimentos transgênicos ou, em alguns casos, o uso em demasia de produtos químicos, tais como os defensivos agrícolas e os agrotóxicos em geral. Tais críticas, inclusive, aumentaram a visibilidade das práticas da agricultura familiar, que em geral é menos mecanizada, e, principalmente, da agricultura orgânica, cujo princípio é a mínima utilização de produtos químicos no processo produtivo.

Por fim, destaca-se como desvantagem da modernização do campo o aumento das áreas de cultivo, com o consequente avanço sobre o meio natural. No Brasil, o avanço da fronteira agrícola ou agropecuária proporcionou o avanço do espaço geográfico sobre áreas naturais, ocasionando a diminuição do ambiente original de vários grupos de vegetação, notadamente o Cerrado e a Mata Atlântica.

Embora existam problemas e críticas, o processo de mecanização e modernização das atividades agrícolas foi uma importante forma de produzir-se mais e melhor no meio rural. O Brasil, por exemplo, é hoje uma grande potência agrícola, sendo o maior produtor mundial de café, cana-de-açúcar, laranja e outros, além de um dos maiores exportadores de soja. 


Por Me. Rodolfo Alves Pena