OS
SOLOS
A IMPORTÂNCIA DO SOLO
Existem diversas definições de solo. O SOLO está na
interface dos sistemas terrestres, pois é composto de elementos tanto da
biosfera como da litosfera, além de estar em contato com a atmosfera e
hidrosfera. Por isso, é um componente importante dos ecossistemas terrestres.
É também um RECURSO NATURAL fundamental para a
produção de alimentos e o desenvolvimento de várias atividades humanas. No
solo, desenvolvem-se a VEGETAÇÃO e as ATIVIDADES AGRÍCOLAS, por exemplo.
Os vegetais se fixam ao solo pelas raízes e dele
retiram a água e os nutrientes necessários para se desenvolver. No solo também
ocorre a decomposição de matéria orgânica, fundamental para a manutenção de sua
fertilidade.
Além do solo ser essencial para a agricultura, é dele
que diversas sociedades humanas retiram matérias-primas como areia, argila e
outros minerais.
O solo regula o escoamento e a
infiltração da água da chuva e irrigação, e funciona como filtro par as águas
que atravessam, limitando, desse modo, a poluição de águas subterrâneas.
Ressalta-se ainda, a BIODIVERSIDADE, nele existente pelo fato
de constituir o hábitat de microrganismos. Uma porção com cerca de 1 grama de
solo em boas condições pode conter mais de 600 milhões de bactérias, que são
fundamentais para sua fertilidade.
MORFOLOGIA DOS SOLOS
Durante o processo de formação do
solo, surgem diferentes camadas paralelas à superfície terrestre que apresentam
composições e aspectos diversos. Essas camadas são chamadas HORIZONTES do solo.
Ao realizar um corte vertical em alguns tipos de solos, é possível observar os
horizontes, que nem sempre apresentam a transição bem demarcada entre si. Esse
corte vertical, no qual é possível visualizar todos os horizontes de um solo, é
chamado de PERFIL DE SOLO.
O horizonte mais superficial é conhecido como HORIZONTE
ORGÂNICO, pois é constituído basicamente de matéria-orgânica animal e vegetal.
Ele apresenta coloração escura, em virtude da grande presença de HÚMUS.
Logo abaixo do horizonte orgânico, há uma camada na qual
predominam os materiais originados das alterações da rocha. Essa camada,
chamada HORIZONTE MINERAL, é composta basicamente de areia e argila.
Os horizontes que ficam mais próximos das rochas são os mais
novos e os menos alterados. A espessura e a coloração dos horizontes variam
conforme o tipo de solo.
Os solos são diferentes de uma região para outra, mas,
essencialmente, contêm a camada orgânica e a camada mineral. Abaixo delas, há
parte da rocha matriz que não sofre alterações.
Nas cidades, as camadas dos solos são rapidamente alteradas
ou misturadas. A remoção dos horizontes (camadas) para construção de edifícios,
a deposição de lixo e a instalação de encanamentos e fiações subterrâneas
impedem o desenvolvimento de novos solos e contaminam os já existentes.
FATORES DE FORMAÇÃO DOS SOLOS
Diversos fatores interagem no
processo de formação dos solos. Entre os principais, estão o CLIMA, o TEMPO, a
presença de SERES VIVOS e a ROCHA MATRIZ, ou seja, a rocha que deu origem a
determinado solo.
Os restos orgânicos de animais e vegetais, as atividades
realizadas pelos seres vivos e a AÇÃO da ÁGUA, da TEMPERATURA e dos VENTOS
contribuem para desagregar e transformar as rochas, formando os solos. Entre
esses elementos, a água tem fundamental importância na formação e na
fertilidade natural dos solos.
A ESPESSURA da camada de solo varia ao longo do tempo, de
acordo com o nível de alteração da rocha matriz e o depósito de materiais
biológicos, como restos de vegetação, por exemplo. Os solos podem ser argilosos
ou arenosos; vermelhos, amarelos ou cinza; ricos ou pobres em matéria orgânica;
homogêneos ou formados por camadas com diferentes características. Podem ainda,
ser adequados ou não ao crescimento de plantas. Todas essas propriedades
decorrem das condições ambientais do local onde os solos são formados.
CLIMA
O clima exerce grande influência na formação dos solos. O
material derivado de uma mesma rocha vai formar solos completamente diferentes
quando submetido a situações climáticas distintas. O solo em formação sofre
influência, principalmente, de fatores como a TEMPERATURA e UMIDADE.
Quanto mais úmido e quente for o clima de uma região, mais
rápida e intensa será a decomposição das rochas. Portanto, em regiões de clima
úmido e quente, o solo tem mais horizontes (camadas) e maior profundidade. Nas
regiões de clima seco e frio, ou seco e quente, por sua vez, o solo é pouco
espesso e com menor quantidade de matéria orgânica.
OS ORGANISMOS VIVOS
Os seres vivos, como alguns tipos de
microrganismos, as plantas e os animais, influenciam diretamente na formação e
na diferenciação dos solos.
Os microrganismos, como algas, bactérias e fungos, são
importantes na decomposição de restos de animais e de vegetais, ajudando a
formar o HÚMUS e os agregados que compõem a estrutura do solo.
As raízes das plantas infiltram-se no solo, tornando-o mais
poroso e arejado. Dessa forma, exercem um papel fundamental no processo de
erosão e no transporte de água e nutrientes para a planta. A cobertura vegetal
protege o solo contra o efeito dos ventos e do impacto da chuva, diminuindo a
perda de nutrientes.
Os animais que vivem no solo, como cupins, formigas e
minhocas, ao cavar galerias, movimentam o solo e trituram os restos vegetais. A
ação humana, como obras de aterros e escavações, também exerce forte impacto na
composição do solo.
ROCHA-MATRIZ E RELEVO
A velocidade do processo de formação do solo depende do
MATERIAL GEOLÓGICO em que ele está assentado. Além disso, boa parte das
propriedades químicas e da fertilidade do solo depende dos minerais que compõem
a rocha-matriz.
O RELEVO é outro fator que influencia na formação dos solos,
pois é importante para a DEPOSIÇÃO e o TRANSPORTE dos SEDIMENTOS e interfere na
infiltração e circulação hídrica dos solos.
A DEGRADAÇÃO DOS SOLOS
O solo é fundamental para a produção de alimentos destinados
ao consumo humano e à produção de pastagem e de ração que alimentam os rebanhos
variados. Esse recurso demora centenas a milhares de anos para se formar e
depende de um ambiente favorável para seu desenvolvimento; por isso, sua
conservação é extremamente importante.
Para evitar a degradação e a perda de nutrientes do solo, é
importante utilizá-lo de maneira racional. O mau uso do solo é responsável pela
perda de milhares de hectares de terra fértil, o que causa enormes prejuízos
econômicos e ambientais.
Estima-se que, no mundo, cerca de 6 milhões de hectares de
terras agricultáveis sejam perdidos por ano devido à degradação do solo. Tal
problema é ainda mais grave nos países em desenvolvimento, que dependem mais da
agricultura.
O uso inadequado do solo reduz sua fertilidade e diminui a
matéria orgânica nele existente. Isso ocorre porque, com o intuito de aumentar
a produtividade, muitos agricultores usam produtos químicos, os chamados
AGROTÓXICOS, que contaminam o solo tanto quanto os resíduos domésticos e
industriais.
O CULTIVO AGRÍCOLA INTENSO e, em
especial, o DESMATAMENTO aceleram o processo de EROSÃO do solo, que consiste na
remoção e no transporte de sedimentos pela ação dos ventos e das águas de rios
e de chuvas. Até mesmo o pisoteio constante de gado pode acelerar processos
erosivos no solo.
As principais formas de degradação do solo relacionam-se à
erosão hídrica e eólica e à compactação do solo.
A degradação do solo pode provocar DESERTIFICAÇÃO e formação de
escavações e marcas de erosão, como as ravinas, os sulcos e as voçorocas
(podemos ver ao longo das estradas e no alto dos pastos, grandes valas
escavadas pela chuva por falta de vegetação).
FORMAS DE USO DO SOLO
Na agricultura, várias técnicas são empregadas com o objetivo
de diminuir a velocidade de escoamento da água da chuva e o impacto da ação do
vento e, desse modo, controlar a erosão. Essas técnicas agrícolas de
conservação dos solos foram sendo transformadas ao longo do tempo para se
adaptar aos tipos de solo, ao relevo, ao clima e a outras condições ambientais
dos diferentes lugares onde eram aplicadas. Entre essas técnicas, destacam-se o
terraceamento, a plantação em curva de nível e a rotação de culturas.
O TERRACEAMENTO é a construção de terraços nivelados (em
degraus) no relevo para controlar a erosão hídrica em terrenos muito
inclinados, evitando-se assim a perda de solos agricultáveis.
O PLANTIO EM CURVAS DE NÍVEL é uma das técnicas agrícolas
mais difundidas pelo mundo. Nessa técnica, o solo é preparado para receber a
plantação, que é alinhada seguindo as faixas de mesma altitude do relevo. Isso
reduz a velocidade de escoamento da água da chuva e permite manter os
nutrientes no solo. No Brasil, o plantio em curvas de nível é muito utilizado nas
culturas de CAFÉ no Sudeste.
A ROTAÇAO DE CULTURAS é uma técnica agrícola tradicional
ainda empregada em todo o mundo e consiste em cultivar, ao mesmo tempo, mais de
um tipo de espécie vegetal. Nessas técnica, o terreno é dividido em áreas
previamente planejadas, e cada uma dessas áreas recebe um tipo de espécie. A
cada novo plantio, alternam-se essas espécies entre as áreas. A rotação de
culturas visa evitar a exaustão do solo causada pela perda de nutrientes, além
de reduzir a incidência de doenças ou pragas que atingem a plantação.
TERRACEAMENTO CURVA
DE NÍVEL
ROTAÇÃO DE CULTURA
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